Mas que blog abandonado... poucas visitas, nenhum comentário... mas não vou desistir, caros e fiéis leitores.
Minha viagem à cidade cinzenta foi como é todos os anos, uma quebra na rotina absurda. Dias de acordar tarde, dormir à tarde, comer demais, jogar baralho até tarde, não ler... até fiz coisas inimagináveis como tomar uma taça de champanhe(coisa que não vou repetir porque o gosto é horrível) e tirar a sobrancelha(só deixei minha mãe tirar porque ela queria testar a pinça com luz que ganhou). As pessoas acham que estou brincando, mas certamente as comidas são o melhor de tudo. Não que eu queira matar todos os meus parentes, mas sabem como é, encontro de família é aquela coisa, todo mundo com emprego, namorado, sabendo tudo de novela e futebol e achando você um et por não ser assim. Além disso, no ano novo uma parte da família não foi e o filho do meu primo ficou sem ter com quem brincar. Sobrou pra quem? Isso mesmo, para a prima mais nova da família. E lá vou eu brincar de gogo's crazy bones, espião, ninja egípcio gelado e correr de um lado para o outro. O pior de tudo ainda foi ouvir 'ela leva jeito com criança né' 'é, ela tem paciência' 'podia ser professora' . Sério gentes. Eu, professora de criança? Prefiro que me arranquem as unhas com alicate.
E também nesses dias de fazer nada fiquei pensando na vida, é claro. Mas não do jeito depreciativo que me é comum, não se preocupem. Tava pensando em como a gente muda sem saber... assim, de verdade, não como tudo muda no mundo como uma onda no mar. Na minha juventude eu me achava tão esperta e dona dos segredos do mundo, como se tudo tivesse uma explicação racional capaz de ser obtida por mim através de pouco esforço mental. Mas quanto mais o tempo passa mais eu vejo que nada faz sentido e que eu não sei de nada, e que nunca vou saber de nada, especialmente por ser essa menina preguiçosa, pouco esforçada, que tem de tudo e reclama que não tem nada. E então eu penso que eu deveria mudar, mas só o dever não era suficiente, mas Kant não ia saber, porque ele era muito disciplinado. O que é querer de verdade? E enquanto eu penso o tempo passa e já é 2009, e enquanto eu enrolo todo mundo acha que eu estava me dedicando ao que eu deveria e enquanto eu tiro A sem estudar eu não sei se vou me esforçar mais. Bem, mas daí que fazer sentido é luxo para poucos, e é melhor eu voltar para o fazer nada antes que eu comece a ter vontade de fazer alguma coisa.
sábado, 3 de janeiro de 2009
E se eu sonhar vai ser que você é rosa, verde, branco, azul, cinza e claro
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3 comentários:
Olha, eu me identifiquei total com seu post. Sobre brincar com crianças, acontece com a "prima solteira", que na minha família sou eu. Mas agora eu saí desta de ficar com criança, porque eu não tenho paciência, mesmo, então eu me escondo em algum canto ou digo na lata que não estou a fim de brincar e que o rebento vá procurar a mãe. Ah, e eu também sou a ET que não tem namorado, nem emprego, não assiste novela nem futebol.
O Kant nao "era" disciplinado, ele "se tornou" disciplinado... eh uma escolha, apenas que nao ha razao alguma para que esta nao seja feita... adorei essa sua meditacao... estou muito feliz por vc!
aiai vc adora o gabriel, fala a verdade rs
bem, acho que vc já começou as mudanças ne
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