Hm.
Vou falar mais do primeiro volume de 'Em busca do tempo perdido' do Proust(sim, eu precisei da aula de segunda para poder falar alguma coisa decente). Nesse volume, chamado de 'No Caminho de Swann(Du coté de chez Swann), conhecemos o protagonista(que só é chamado pelo nome umas 2 ou 3 vezes nas milhares de páginas), que começa contando como, a cada noite de insônia, seu corpo se lembra de todos os quartos em que já dormiu, e daí começa a contar da sua casa de verão, da tia, da vó e do Sr Swann. O livro mais famoso dos 7 volumes(e não sem razão, disse Joana Maria) é justamente 'Um amor de Swann', o qual narra todos os estágios de uma paixão. Primeiro Swann nem gosta muito da Odette, acha-a feia, só gosta de ficar do lado dela porque é bom ter alguém que goste de você. Depois reconhece seu rosto numa obra de arte(ele é especialista em quadros... como chama mesmo, marchand?) e se apaixona, mesmo ela sendo meio burra, até freqüenta todo dia um salão cultural da burguesia ascendente para se verem todo dia. Num dia que ela não vai ele fica como doido atrás dela, e nesse dia descobre que tá ferrado, ops, amando. E quando ele cai de cabeça é a vez dela de nemligar. Quanto mais ele manda dinheiro, jóias e até acha o salão legal, mais ela viaja com outros, passa tempos sem vê-lo, &c. E primeiramente ele nem quer saber do passado dela, aliás, nem do presente, prefere não saber. Mas quando mandam uma carta anônima comentando sobre sua vida de 'acompanhante de luxo' e sobre suas amantes lésbicas, Swann fica possesso. Quando ela confirma então! E assim, aos poucos, o amor vai sumindo, até o ponto dele dizer 'e pensar que gastei tantos anos com uma mulher que nem é meu tipo'. Mas o mais doido mesmo é o começo do livro seguinte, que volta aos tempos 'atuais' de lembrança do protagonista(essa história do Swann é de antes de ele ter nascido). Nele, Swann está casado e tem uma filha com... a mesma Odette! E nada é explicado, só podemos cogitar que Proust quer dizer que o casamento só acontece quando o amor acaba ehehe.
E hoje né, era a tal parada cultural da unipunk, que supostamente ia integrar os alunos e a comunidade, sendo feita no meio da semana e em horário comercial. Mas como sou uma estudante vagal, dei uma passada por lá. No teatro de arena(que estava sendo repintado) estavam tocando uns artistas meio assim, como o cantor da música do título do post. Numa parte da música ele canta: 'e as crianças brincam no playcenter e seus pais fazem compras no shopping center' e a mulher no outro banco 'por isso que eu gosto desses artistas, eles são criativos'. Vê se eu mereço isso! Também estavam projetando filmes na parede do prédio comum. E à tarde ia ter uma oficina de buracoagulha(em portugal chamam assim), uma técnica fotográfica loke de não usar lente e que dá para fazer com qualquer caixa. E tinha alguém por lá na hora marcada? Claro que não!
E terça-feira, fiiiiiiiiiiiiinalmeeeeente consegui pegar meu dicionário com o irmão da Dedálea. Fui até a universidade perto da unipunk, onde ele estuda. Minhas gentes, que lugar graaaande! Primeiro que o ônibus parou fora do campus, e eu fiquei meia hora esperando pra atravessar a avenida(até que pensei e fui atravessar outra rua). Felizmente achei fácil a biblioteca e o rapaz, que estava do outro lado na verdade me achou e me entregou o dicionário. Felizmente o carro dele estava perto do ponto de ônibus. Felizmente o ônibus passou rápido. Infelizmente descobri hoje que lavei minha única peça de roupa que mancha pela décima vez com roupa branca. u.u
E para encerrar o post, tradução caseira de um pequeno diálogo da obra 'Diálogos Marinhos' do S2Luciano de SamósataS2. Segui o conselho dos meus colegas helenistas. Escolhi o sinônimo mais difícil das palavras e deixei na ordem do grego. Divirtam-se.
Noto: É esta, ó Zéfiro, a almalha que pelos mares até o Egito Hermes conduz, a que Zeus constrangeu, apreendido de erotismo?
Zéfiro: Sim, ó Noto. Não era uma novilha então, mas filha do rio Inaco; agora Hera no que está transfigurou-a de envídia, pois muito notava enamorado o Zeus.
Noto: E agora ainda enamora-se da vaca?
Zéfiro: E como! Por isso a vaca ao Egito remeteu e a nós ordenou não agitarmos o mar até que o cruzassem, para que quando de parir seja o momento- prenhe já está- tornem-se divindades ela e a cria.
Noto: A almalha é divina?
Zéfiro: E como, ó Noto! Capitaneará, segundo Hermes explicou, os navegantes e de nós sera déspota, a qual por nós poderá querer ser transportada ou atalhar-nos de soprar.
Noto: Reverenda por isso seja ela, ó Zéfiro! Como senhora já é, mais benévola, pois, há de se tornar.
Zéfiro: Mas já, pois, atravessou e saltou em terra firme. Vês como não mais de quatro caminha, e de pé o Hermes numa mulher sobreformosa novamente a transfigurou?
Noto: Singular certamente é isso, ó Zéfiro, não mais há cornos, cauda, casco biungulado, coxas, e sim, uma amável donzela. Entretanto ao Hermes o quê sucedendo metamorfoseia-se e, ao invés de um rapaz com canídea face nos aparece?
Zéfiro: Não arenguemos, pois de melhor aquele sabe o que deve ser feito.
quarta-feira, 11 de junho de 2008
Eu sempre quis escrever uma canção assim, que eu cantasse e todos olhassem prá mim
Postado por M.D.O.M. às 10:54 PM
Labels: lei de murphy, livros, unipunk
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3 comentários:
oieee estou de volta, quem sabe por quanto tempo;
bem apesar das coisas interessantes da sua vida, me interessei só pelo em busca do tempo perdido; luciano é legal, mas não o meu estilo, (mesmo que eu não leia tb o proust) bem é só estou sem criatividade até para comentar, abraços
que é isso, mônica? aluno de pós não participa de atividades organizadas por alunos de graduação.... hahhahahahhahha
preciso parar de ler sobre Lepidoptera e ler mais literatura...
tia blétis
Qual é a música, maestrohummmmm? Digo, qual é a música do título?
Josei (*o negocinho de colocar nome não estava abrindo...*)
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