Mais um post sobre a minha über interessante vida!
Essa semana terminei de ler Cândido, do Voltaire. Esse é outro livro que eu tinha começado há algum tempo mas parei, porque o francês era avançado demais pra mim na época. Em português comecei a ler Zadig, que é basicamente um protagonista bom moço que vai se fodendo na vida, depois as coisas melhoram, daí no começo do capítulo seguinte pioram e assim sucessivamente. Claro que não aguentei mais de cem páginas disso. Cândido segue basicamente o mesmo esquema, só que ao invés de enaltecer as qualidades morais do personagem é uma sátira à filosofia de Leibniz, que, num resumo bem resumido(até porque nunca li) diz que vivemos no melhor dos mundos possíveis. Então a cada capítulo ele se fode de um jeito, e daí quando as coisas melhora um pouco ele diz algo do tipo: 'foi preciso que estuprassem a srta Cunegunde e ela fosse levada por um judeu para que nos encontrássemos hoje, de onde se conclui que estamos no melhor dos mundos possíveis'. E no fim, uma resolução à la Rousseau de cultivar o jardim.
Por falar em otimismo, recebi um e-mail do meu amado&idolatrado desorientador comentando a minha tradução.
-suspense-
Ele gostou! Quer dizer, não está perfeito, lógico, mas está bem melhor que as versões anteriores, e com cara de texto em português, não cheio de vícios de tradução. Até encontrei-o na unipunk no dia seguinte para ele me dar seu livro novo *-* , Filoctetes, de Sófocles. Essa tragédia mais desconhecida(em comparação à trilogia do Édipo) baseia-se na lenda/mito/história do personagem-título(dã!), em que ele teria ido à Ílion guerrear, mas foi abandonado numa ilha deserta após ser picado por uma cobra que deixou seu pé soltando um 'pus purulento' e com muita dor. Acontece queeee, dez anos depois, eles estão perdendo a guerra de Tróia e o 'adivinho' diz que precisam do Filoctetes e do arco que ele ganhou de Héracles. A tragédia então é o Odisseu fazendo o filho do Aquiles enganar o pobre coitado do Filoctetes e o jovenzinho escolhendo entre pegar as armas e fugir ou ajudar o doente. E é claro que Filoctetes quando descobre não gosta, ele é um homem de princípios e prefere morrer sozinho a ter a companhia daqueles que o abandonaram. E ele tá certo!!! Eu adoro o Odisseu, mas até que gostei do plano dele não dar certo nesse livro. Que lutar pelo bem da Hélade o quê, largaram o coitado e agora que precisam mesmo tem mais é que negar e mandar flechada certeira. Claro que no fim baixa um deus e manda ele ir(metáfora de mudança psicológica), mas o que importa é a intenção.
Mas olha, não vou dizer que me surpreendi com o comentário do meu orientador, no fundo a gente espera o pior porque sabe que não vai acontecer de verdade, mas eu me emocionei de verdade. Eu já disse isso no blog, mas como ele é meu posso até falar toda semana que sou fã do hanson que ninguém vai poder reclamar. Mas não é isso que eu ia dizer, claro, eu ia dizer(como já disse) que desde a minha juventude ir bem na escola sempre foi fácil. Nunca precisei passar as tardes estudando para ir bem nas provas. Não que eu seja uma gênia, sempre tive uma boa memória para armazenar coisas. E até a faculdade isso bastou para eu nunca ter que me esforçar, e tudo foi sempre tranquilo. Até o mestrado e as críticas merecidas. Eu fiquei muito abalada, porque nunca precisei melhorar nada, nunca refiz trabalhos ou nada do tipo. Passei bastante tempo me odiando e sendo emo... mas então eu decidi que ia mudar. E li mais livros, traduzi com atenção e consegui melhorar. Vou ser a melhor na área? Não. Mas estou melhor do que antes, e vou me esforçar para terminar melhor ainda. Porque eu consigo.
Entretanto aquele ditado popular 'alegria de pobre dura pouco' não está na boca do povo à toa. Hoje peguei da caixa do correio um aviso de que se não pagássemos a conta, a água seria cortada. Mas tipos que eu paguei a conta certinho né, e quando fomos conferir adivinhem? Paguei a conta da casa da frente!!!!!! As contas não vem nos nossos nomes, vem nos nomes dos donos da casa, que começam com a mesma letra. E o número do hidrômetro é quase igual! A conta de luz vem com 'casa 2' e 'casa 1' pelo menos... as meninas da frente disseram que não pagaram a nossa, e sim a delas(de novo) pegando um boleto na internet. Fui lá no departamento responsável e o que ouço 'olha, é melhor você prestar mais atenção da próxima vez, porque os entregadores não entregam mesmo e não tem nada que a gente possa fazer'. Claro, faz todo o sentido do mundo eles não darem a mínima se a conta chegou ou não, porque eles podem dizer que o usuário é quem deve correr atrás. Ainda bem que a multa era de alguns centavos, mas eu fiquei muito brava com a situação toda... e quando eu fico brava eu choro, porque não sei controlar minhas emoções direito. Não, não chorei na frente da funcionária, embora tenha sentido vontade. Mas segurei, porque chorar na frente dos outros por bobagens assim parece querer inspirar piedade, e eu não quero dó de ninguém. Engoli o choro e pensei em modos de não fazer isso de novo, e é assim que eu tenho que reagir >:U! Por isso que tem essa frase descaradamente roubada do postscret no header do blog... a cada dia mais forte.
Para completar o dia, quando voltei do concerto de cravo da unipunk, fui deitar na cama para ler e... o gato fex xixi nos bichinhos que acabaram de voltar da lavanderia! Faaaala sério! Sinto-me como o Cândido, para cada coisa boa, trocentas ruins. Mas no fim temos mesmo é que cuidar do nosso jardim...
quinta-feira, 26 de março de 2009
Não pense que a cabeça aguenta se você parar
Postado por M.D.O.M. às 9:46 PM
Labels: lei de murphy, livros, querido diário, zomfg
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3 comentários:
Lembrei de um ditado quando li o começo do seu post: "O otimista acha que vivemos no melhor dos mundos. O pessimista teme que isto seja verdade". Acho que sou pessimista, então...
muito bem,um passo de cada vez
Sabe, minha vida parece com a sua no ponto "facilidade nos estudos" mas minha barreira é na faculdade mesmo e não no mestrado.
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