Preparados para mais um post semanal? Mais fácil colocar o blog nos feeds do que ficar entrando todo dia... quer dizer, ninguém entra todo dia em busca dos meus maravilhosos escritos, exceto os que procuram por nomes chiques no google.
Bem, no fim de semana comemoramos o níver da Phanie na lanchonete que serve o sanduíche com o nome da cidade. O aniversário era dela, mas ela que entregou presentes a todas, da viagem que ela fez ao Japão em julho. Eu ganhei uma árvore com Totoro *-* e ímãs de geladeira de =)!!! Além disso, ela fez escala em Amsterdã, e adivinhem só o que ela trouxe de lá 8-). Sim, isso mesmo, um pirulito de cannabis sativa(supostamente), que tinha gosto de mato e não deixou nenhuma de nós (mais) doida. E estávamos nós sentadas do lado de fora, trocando presentes e aproveitando a brisa fresca, quando começou a tempestade, que quase fez a energia de lá cair e jogou pó nos nossos olhos. Quando eu e a Lu chegamos em casa a energia tinha acabado há algum tempo e minha mãe nos recebeu com velas. Mas a energia voltou logo, de madrugada.
Nessa semana terminei de ler Frankenstein de Mary Shelley, um clássico que só li para a aula mesmo. Mas eu gostei bastante! Claro que com a explicação do prof entendi bem melhor, mas enfim. Resumidamente, é uma narrativa rocambole que começa com Walton, que deseja navegar até o Pólo Norte para achar o ponto magnético da terra, contando à sua irmã como encontrou Frankenstein(que apesar do nome é italiano) e como este último contou-lhe sobre sua monstruosa invenção. No meio da narrativa do Frank ainda tem a história de como sua criatura educou-se e virou do mal. Dá pra discorrer muitas horas sobre o livro, então vou só contar o que foi dito na aula de interessante. Primeiro, o contexto histórico: revolução industrial inglesa, invidualismo e produção em massa provocam o surgimento da chamada literatura fantástica e seus monstros e tabus superados pela psicanálise(ponto discutível). O professor falou que as descrições da natureza usadas no livro(que são uma inovação) servem para evocar o sublime(esse sentimento meio avassalador de que você é um nada mortal) e para contrastar com a descrição da vil criatura. No colóquio Rousseau tinha uma apresentação sobre o filófoso e o livro e, apesar de não ter visto, creio poder explicar a semelhança... do meu jeito. A criatura, assim como Rousseau, ama a humanidade, mas não recebe amor de volta(por motivos diferentes, claro) e decide então vingar-se. Rousseau, na análise psicanalítica(não briga comigo Léo) de Starobinski, pela sua inabilidade social, decide se afastar da sociedade para provar seu valor. No livro, quando criador e criatura discutem, o último diz que vai se afastar da sociedade e morar na américa do sul(XD), porém o doutor diz não acreditar nisso, porque ele vai querer voltar e vai exigir o amor dos homens, e vai se revoltar uma vez mais por não ter obtido. Não achei assustador, mas na época devia ter sido bastante.
E fiiiiinalmente terminei o segundo livro da... heptalogia(?) Em Busca do Tempo Perdido. Esse volume se chama "À sombra das Raparigas em Flor" e fala justamente das paixões adolescentes do protagonista. Primeiro com Gilberta, a filha do Swann(o do primeiro volume, lembram?), e depois com todas as garotas do grupinho de Balbec, nas férias de verão. Pode não parecer um tema lá muito interessante para ocupar 420 páginas, mas Proust não ganhou toda a fama à toa. A visão dele dos amores de adolescente não é como se ele estivesse vivendo os de novo, ele é bem lúcido e explicativo em suas considerações. E com isso eu quero dizer que ele não é nada romântico. Por exemplo, ele sabe que o amor é mais idealização do que algo de verdade, e que quanto mais conhecemos a pessoa vamos trocando as informações ideais imaginadas pelas verdadeiras, que são sempre menos interessantes. Claro que com isso ele não quer dizer que o sentimento não era verdadeiro, ele só tenta justificar porque tomou essa ou aquela atitude. Por exemplo, em Balbec, quando ele está em dúvida sobre qual das meninas ele gosta(na verdade ele gosta de todas as raparigas em flor), primeiro ele pensa que tem que ser Albertina, mas quando Gisela se junta a eles por um momento e depois deve ir embora, ele acredita que ela o ama e que é recíproco, e que eles ficarão juntos e terão juras de amor, mas quando ele perde o trem para despedir-se dela, volta suas atenções para Albertina. Mas é claro que o que mais me emocionou foi a parte da Gilberta. Primeiro ele a vê e já se apaixona, depois consegue ser amigo dela e por fim, depois de uma briga muito pequena, decide se afastar ao invés de pedir desculpas, para ver se ela vai sentir falta dele e assumir que sempre o amou. Ela sente falta da amizade dele, mas ele continua bancando o difícil, achando que assim vai se valorizar aos olhos dela, até vê-la na rua com outro homem e se decepcionar. Ficou um resumo bem resumido, mas as divagações dele sobre como um dia ela vai dizer que o amava e ele vai dizer que a amava também me pareceram bem familiares são muito bonitas. Ainda bem que os primeiros amores passam.
quinta-feira, 9 de outubro de 2008
Vou te mandar um cartão postal com três clichês diligentes
Postado por M.D.O.M. às 9:47 PM
Labels: bonde, livros, querido diário
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4 comentários:
me pareceram bem familiares
não entendi
O presente é lindo mesmo, mas os livros são bem densos; parecem legais, acho que se eu lesse frankstein não veria nenhuma dessas divagações, mas tudo bem.....
Eu assisti Frankenstein de Mary Shehlley, mas faz quase 10 anos, então nem lembro de muita coisa...
Vocês deviam ter fumado o pirulito, para ver se dava barato. Huahuahuahuahua!!!
td bem, nao brigo, mas soh pq o starobinski eh um luxo... mas essa relacao causal nao me pareceu ser bem desta forma... depois nos falamos.... bjs!
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