domingo, 28 de fevereiro de 2010

Todos esses lugares só me afogam

Na época em que muita gente achava o blog procurando pela letra daquela música cover de thousand miles, a média de visitas era de 20 pessoas por dia. Para vocês verem como anda a decadência da humanidade, a principal pesquisa hoje em dia é 'obras de van gogh', e a média de visitas é de 7 pessoas.
Começando pela sessão cinema da semana, Percy Jackson e o ladrão de raios. Apesar da Chelvis me dizer que o filme não era lá muito fiel à mitologia grega, fui do mesmo jeito. O filme foi chamado de novo Harry Potter, por ter um protagonista que não sabe que tem poderes, dois amigos que o ajudam e uma escola/acampamento. Só que Harry Potter criou seu próprio mundo mágico, ao invés de apresentar aos jovens uma visão mega distorcida do mundo grego, por exemplo. No filme os deuses tem vários filhos com os humanos, até aí ok. Mas Zeus os proíbe de vê-los porque Poseidon estava quase abandonando seus deveres de deus porque amava muito sua família(!!!!). Mais brega impossível dizer que Zeus achava ruim agir como um ser humano. O que querem dizer com 'agir como humano'? Ter emoções? Mais que os deuses gregos tinham? E tratar o Hades como o inferno, com caveiras e música medieval foi demais, também. Quer dizer, é realmente o inferno, mas todos iam para lá. Além disso Perséfone era não era humana, e sim filha de Deméter, e seu rapto serve mais como metáfora para as estações do ano do que para mostrar a maldade de Hades. Enfim, nem mesmo se tivesse acertado na mitologia seria um bom filme, já que segue o esquema já conhecido de jovem corajoso com poderes que 'desobedece' ao professor para salvar vidas.
Ah, a fisioterapia. Pensei que ia ser aquela coisa entediante, uma massagem no pulso, choque talvez, muito repouso. Que nada! O homem é do tipo da Chelvis, um louco. Primeiro passei meia hora ou mais alongando os braços. Depois exercício com pesinho, e, depois, BICICLETA ERGOMÉTRICA. No que isso vai ajudar meu pulso, vocês se perguntam, e eu também. O cara acha que precisa melhorar a musculatura do corpo todo, não só do pulso. Tudo bem, faz sentido, exercitar desde o ombro, mas o que as pernas tem a ver? A única coisa que me deixou feliz quando meu pulso começou a doer foi ter uma desculpa pra abandonar a academia, e agora isso??? Quem é amadrinhada pela Lady Murphy nunca deixa de se surpreender.
Ontem o Violinista e o 6 me chamaram para almoçar, e eu imaginei que depois poderia ir ao cinema comer pipoca e voltar para casa e ter uma vida tranquila. Que nada. Depois do almoço fomos a uma praça do bairro, onde praticamos uma modalidade perigosa de gangorra 2 a 1. Em seguida fomos a uma lanchonete, e depois para o apartamento deles, porque ia ter uma peça de teatro à noite. Na verdade fiquei no lobby vendo livros de arte enquanto eles se arrumavam e nem ligaram para o fato de estar esfriando e eu estar de bermuda, mas ok. O teatro foi em um bairro distante e mal afamado da cidade, e até começar a peça nem sabíamos do que se tratava. Era uma alegoria sobre o amor, a loucura e jogos de palavras ambíguos com Ninguém. Porque uma hora parecia que a peça era sobre o ninguém que vira um alguém, depois era sobre toda a humanidade, porque quando ninguém ama a musa, ela desaparece, e coisas do tipo. Nada muito emocionante ou envolvente ou mesmo engraçado(embora as pessoas, principalmente as adolescentes atrás de mim, tenham rido bastante). Além disso a musa estava vestida como uma fada da floresta, super brega. Enfim, depois da peça achei que o sofrimento estava no fim, mas ele nem tinha começado. O dono do espaço, um diretor de teatro, convidou a todos para uma reunião nos fundos do galpão, porque a ideia dele é oferecer algo cultural e depois integrar as pessoas. Se tivessem me avisado antes eu nem ia, mas como estava lá e era minoria, tive que ficar no meio das pessoas desconhecidas me perguntando o que eu fazia da vida, enquanto tomavam cerveja e comiam um cozido. Um tempo depois o dono do lugar chamou-nos para discutir sobre a peça, e obviamente morri de vergonha e não disse nada. Ainda bem que os outros são pessoas eloquentes e expressaram o que eu queria dizer. A noite foi passando e todo mundo se socializando e eu lá, com a maior cara de cu possível. O Violinista me pediu desculpas várias vezes, mas eu sei que a culpa é minha por não ser nem remotamente normal e ter uma fobia social incontrolável. O ápice de vergonha e vontade de morrer foi quando o dono do lugar disse que se eu estivesse cansada podia dormir em um dos quartos ou nos colchões, porque a festa ia varar a noite. Lá pela uma da manhã finalmente decidiram voltar, e eu já estava com um humor maravilhoso, dor de cabeça, frio e fome(já que não comi nada lá). É isso aí, quando digo que sou antissocial não estou fazendo graça, realmente não consigo ficar à vontade em ambientes com... pessoas.
Fico por aqui prometendo um post emocionante sobre a volta às aulas, ou não.

4 comentários:

Kami Sal disse...

Também não me sinto a vontade com pessoas...

Luciana Omia disse...

por isso deveria fazer terapia, mas nem vou comentar isso, ou algo assim...

brauliostafora disse...

Ah, poxa, mas essas pessoas também forçaram demais aquela linha tênue que existe entre ser amigo e enfiar numa roubada...

Josei disse...

Eu também não me sinto a vontade entre pessoas... Mas, poxa, seus amigos, também... Sacanagem...