sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Se alguém cair, serei eu e não você

Caros leitores, que vergonhoso eu precisar praticamente implorar de joelhos e agir histericamente para atrair comentários. É esse tipo de comportamento que faz com que programas de televisão sem conteúdo mas muita polêmica tenham uma grande audiência. E taí uma coisa que esse blog não tem: audiência conteúdo polêmica.
No entanto voltei com apenas um pouco mais de drama. Descobri que cuidar da casa é uma ciência extremamente complexa, na qual deve-se pensar em tudo ao mesmo tempo. Muitas horas, na cozinha, eu acabava esquecendo de uma coisa. Olhar três panelas no fogo e fazer a salada até que era fácil, mas para servir a mesa eu sempre esquecia de entregar os talheres, ou de pegar guardanapo. Às vezes esquecia de ver se sobrava comida do almoço pra janta e pedia pro meu pai esperar vinte minutos enquanto fazia arroz. Admiração pela minha mãe cresceu mais ainda.
Finalmente alugamos muletas para minha mãe se movimentar no banheiro, não sem alguma confusão. Da primeira vez não conseguíamos achar a rua, desta esquecemos o endereço e ficamos só com as anotações do meu pai. Chegamos na rua e tivemos que dar uma grande volta até achar o número. Lá, mamãe não queria sair do carro com o andador, e sim com muletas, e o dono da loja ficou falando que só queria o bem dela e quase que saía briga, ainda bem que meu pai estava sem o aparelho auditivo e não deve ter percebido o senhor alterar o tom.
Amanhã vou para a cidade dos ventos, devolver ao Herr Rennó o livro que ele pegou na universidade da cidade cinzenta para mim. Antes de dar a notícia aos meus pais minha mãe ficou falando que eu não podia me sacrificar, que eu deveria pensar em mim também e que estava ajudando bastante. Depois que contei veio o drama, reclamações de abandono, ela até disse que sem mim aqui até poderia voltar a fumar. Sério, já sou uma pessoa indecisa, não aja assim comigo! Mas enfim, voltarei e dessa vez(aham) a dissertação anda. Além dos estudos preciso pegar o relógio no conserto, mandar consertar o computador, pedir um cartão novo no banco e claro, ver filmes comendo pipoca.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Quem sabe se é constante

Bom, só não cansei mais de reclamar sobre a minha vida do que da falta de comentários do blog apesar de saber que as pessoas leram, mas mesmo assim preciso postar, assim, de mim para eu mesma.
Vim para a cidade sanduíche para acompanhar a cirurgia de remoção de cisto do pé da minha mãe, com algumas roupas e um livro. Ela já tinha feito uma cirurgia parecida, só que na mão: tinha sido rápida e ela foi pra casa no mesmo dia, ainda sob efeito da anestesia. Então fomos eu e papis para o hospital, para uma cirurgia que ia começar às 7h. Deitamos em duas espreguiçadeiras e nem vimos o tempo passar. Minha irmã ficou ligando para perguntar da cirurgia, e a gente lá, morrendo de sono, sem se tocar. Lá pelo meiodia fui me informar e uma enfermeira disse que ainda estava em cirurgia. Às 14h passei por lá de novo e dessa vez disseram que ela estava acordando da anestesia. Minha mãe chegou no quarto lá pelas 15h, e passou o dia vomitando o que comia, devido a medicação. Na manhã seguinte o médico fez uma visita e disse que na verdade a cirurgia não foi só remoção do cisto, que ocupou metade de um osso e que ocasionou um enxerto de um osso perto do joelho. A culpa toda é de uma tendinite que ela tem há anos e nunca cuidou, logo, ferrou esse tendão e mais outros dois do pé, e a cirugia acabou mexendo em nervo e artéria também. Ela saiu do hospital em alguns dias, porque continuou vomitando até cortarem quase todos os remédios. Pausa no relato dramático para comentar sobre o que fiz enquanto ficava com minha mãe no hospital vendo a dormir e vomitar. Comer comida de hospital é fácil para quem tem anos de bandejão, e dormir em espreguiçadeira também, para quem dorme até em ford ka. Enquanto minha mãe dormia, terminei de ler As You Like It, comédia de Shakespeare, que deve ser famosa mais provavelmente por causa do discurso 'all the world's a stage'(que na verdade era o lema da companhia de teatro dele, e como todos sabemos é uma expressão famosa desde os tempos de Luciano). Aliás, o personagem melancólico é o melhor, o enredo da moça cujo rei perde o reino e se veste de homem e encontra quem a ama é meio blah. Também terminei de ler A Montanha Mágica, de Thomas Mann, sobre um rapaz que vai visitar seu primo doente em uma estância nas montanhas e acaba ficando por lá, aprendendo sobre psicanálise da doença, biologia e muita discussão filosófica humanista/medievalista. Achei o fim bem triste, e mais triste ainda é ler no hospital confortavelmente deitada em uma espreguiçadeira. Rolou toda uma identificação com o Hans Castorp, além do fato de estar fazendo companhia a alguém no hospital, também sinto que minha falta de decisão na vida é disputada por Settembrini(Herr Rennó e Mlle Torlay) e Nafta(tio Dos Santos).
Voltando ao relato dramático, fomos alugar cadeira de rodas. Já em casa, esse domicílio gigante e imensamente confortável, a cadeira mal passa pelas portas, e em alguns cômodos nem entra. Já tiramos várias lascas das paredes e toda hora minha mãe faz cara de preocupação porque acha que estamos estragando a cadeira alugada. Também somos muito bons em serviços domésticos: sempre tem louça na pia, ninguém está passando roupas e o arroz fica sem tempero. Um dia, de troco, provavelmente, minha mãe viu uma mosca no peru e disse que se quiséssemos continuar comendo tudo bem, mas ela não queria mais. No dia seguinte, larvas infestavam a carne no prato do meu pai(ECA). Agora minha mãe está aceitando alguma faxineira/cuidadora ou qualquer coisa assim, mas já chamamos três e todas estão nos enrolando? Como diria minha mãe, na minha época as pessoas gostavam de trabalhar. Bem, é isso, minha vida não tem sido muito além de ver se mamãe precisa de alguma coisa + ficar brava porque ela quer fazer as coisas sozinha + coisas de casa + internet no tempo livre ao invés de estudar.
Bem, comprei(er, meu pai me comprou) um celular novo estilo pobre querendo ser rico, que tira foto e toca música, já que meu velhinho voltará para a verdadeira dona(a chelvis) e um par de tênis com detalhes em lilás. E é só. Volto com mais histórias cheias de suspiros, angústia e dores quando alguém comentar OUVIRAM?

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Eu te vejo andando por um sonho

Bem, eu disse que estaria de volta antes da cirurgia e cá estou eu, correndo para escrever o post nos 45 minutos restantes que tenho aqui na lan house.
Durante essa semana que passou o maior acontecimento(além da conexão intermitente que quase me fez chorar) foi o cartão do banco dos servidores paulistas. Meu cartão estava inválido, e a moça da agência do centro disse que novos já tinham sido emitidos. Fui à minha agência, a qual não existe mais e foi englobada por outra do outro lado do campus. Lá o rapaz me informa que os cartões ainda não foram feitos e que a única coisa que eu poderia fazer era tirar dinheiro direto do caixa, mas isso poderia fazer na agência do centro. Novamente no centro a moça do caixa diz que não é possível retirar dinheiro ali, já que eles não tem a minha assinatura. Volto à minha nova agência distante e mais informações contraditórias: os cartões já foram feitos e quem não tem ainda deve com urgência falar com o atendimento. Consegui pagar o aluguel no caixa, pelo menos, e quando voltar eu peço o cartão de novo. Que bagunça, só não reclamo(mais) porque é o dinheiro da bolsa e em julho encerro a conta lá.
Bem, também vi alguns filmes em noites(dias?) de não conexão.
Primeiro vi o queridinho do povo, Avatar, em 3D. Tinha uma fila imeeeeensa, e no shopis imperial estavam até avisando por altofalante quais sessões estavam esgotadas. Como bem disse tio Dos Santos, fui vítima do marketing, porque o filme é realmente como parodia South park no episódio Smurfs. Tem coisas bonitas, claro, como algumas paisagens e a natureza que brilha no escuro à noite, mas a história é tão... tão... tosca. Se quiserem ver um filme bonito e com mensagem ecológica de verdade assistam ao filme francês Home, que é bem melhor.
The Killing, ou o Grande Golpe, é o terceiro filme do Stanley Kubrick, e, para mim, é um predecessor de Onze Homens e um Segredo. No filme, um ex-presidiário planeja um roubo milionário em um hipódromo, cheio de detalhes, mas nada dessas coisas tecnológicas de filme novo. Uma inovação(dizem os outros sites) é a narrativa não-linear, e o desfecho é realmente surpreendente e bom.
Sherlock Holmes é um filme divertido, embora não tenha o mesmo clima dos livros. Aqui o detetive também deduz coisas incríveis de pistas que passam desapercebidas, mas tem muito mais ação e explosões e até um interesse romântico(o que, obviamente, diminui o filme pra mim). Os diálogos são bem feitos e lembram House, é claro(preciso reler os contos, Watson parece ter um papel menor neles). Outro ponto positivo é a trilha sonora, com Haydn, Mozart e The Dubliners.
E mais uma para a seção 'coisas que só acontecem comigo', ou como Herr Rennó diria 'isso é Lei de Dummy, não Lei de Murphy'. Sempre compro passagens de ônibus online, porque é mais prático. Mas na hora de pegar a passagem, ó da digitação, meu nome nunca está na lista X. Sempre está X^yz, e eu sempre esqueço de mudar no cadastro(se é que isso é possível, preciso achar um link). Então os atendentes da empresa procuram pelo nome sem o acento e não acham. Então procuram com trema, acento agudo, acento grave, barra invertida, barra, e nada. Um deles me perguntou 'qual tecla a senhora usou' e eu 'a do acento circunflexo, do lado do cedilha'. 'essa?' {NÃO ESSA LETRA É P, E NÃO CEDILHA} 'não senhor, a de baixo' 'essa?' {MEU ESSA É DOIS PONTOS!!!!} 'não, a de cima' . Um até conseguiu fazer o til, mas nada de circunflexo. Aí vai chamando os outros atendentes, e todos errando, e eu me perguntando se deveria indicar onde fica o shift e o acento circunflexo. Finalmente, decidem imprimir pelo número da minha poltrona. SE PODIA FAZER ISSO PORQUE NÃO FIZERAM DEPOIS DAS PRIMEIRAS CINCO TENTATIVAS???? Sério, me controlei loucamente para não xingá-los ou corrigir o poster que dizia 'dás 6h ás 11'.
Fico por aqui. Volto quando acontecer outra coisa além da cirurgia.

domingo, 3 de janeiro de 2010

Nenhuma esperança perdida

E cá estou eu de volta da cidade cinzenta, após uma longa e emocionante semana(aham).
Festas de fim de ano são sempre a mesma coisa, parentes, presentes e comida. De vez em quando roupa nova também. É o tempo em que não sinto culpa de tomar litros de refrigerante e comer muito chocotone e carne. Além disso é a única semana em que jogo baralho até tarde também. Jogar buraco é a herança cultural da família da minha mãe. Também tenho que ouvir pessoas dizendo o quanto sou inteligente e desperdiço minha inteligência estudando(!!!!!!) quando poderia estar prestando concursos que são estáveis e pagam bem. Outra coisa sem noção é perguntarem se não canso de ler. Eles cansam de ver novela, por acaso?
Não passeei muito. Dia 27 fui ao bairro oriental comprar um presentinho pra chelvis com minha mã e minha irmã. Vimos um homem vestido com uma placa com escritos da bíblia em português e hebraico cantando em japonês, muito bizarro. Como a cidade cinzenta é a nova iorque brasileira, tinha um casal francês perdido na padaria do bairro oriental, e eu fui ajudar. Fui de tanta ajuda que confundi maçã(pomme) com batata(pomme de terre), e esqueci como era morango em francês. Se meu professor fica sabendo retira o 'excellent niveau' que me deu esse semestre. À noite montei espetinhos para o churrasco de ano novo, e não me machuquei. Em compensação, milhões de baratas saíram de uma rachadura no quintal dos meus tios, por causa da chuva. Gastaram muita vassoura e inseticida naquela noite... Na manhã seguinte, mais baratas e minha mãe e minha tia foram visitar uma tia em outra cidade. Meu tio tacou concreto na rachadura do quintal, e as baratas sumiram.
Dia 29 fui passear com a minha irmã querida. Fomos para a mais paulista das avenidas, como diriam os repórteres da rede globo. Primeiro a um cinema onde não se come pipoca(cinema de verdade, diria o sr.Pascoal) assistir a um filme alemão, Hanami, sobre um casal de idosos, seus filhos, e o que é importante na vida. Belas paisagens do Japão e algum choro. Em seguida fomos à Casa das Rosas, local belo e cheio de livros, ou seja, mais belo ainda. E igualmente caro! O salgado era sete reais, ou algo do tipo. À noite fui para a casa nova da Luty, um apartamento que ela divide com moças que não estavam lá. A ducha é tãão forte *-*! Pena que o ralo não aguenta, e acabei inundando o banheiro. Ainda bem que não tinha ninguém além de nós. No dia seguinte saí para fazer compras em um outlet da minha marca favorita e depois para acompanhar a Luty na busca de um presente para a sogra dela. Fomos para um shopping chique, onde uma loja da hstern vendia um colar liiindo por 170 mil(olha a dica hein pessoal). Assistimos A Princesa e o Sapo só para comer pipoca. É uma animação para crianças sobre princesas e sapos e amor, então nada de mais, só algumas cenas eram bem bonitas, como o sonho do restaurante e os vagalumes. Lá na área de lazer tinha um fliperama(sei lá se esse é o nome certo) de mario kart! Tinha até uma câmera que tirava foto para colocar no jogo. Pena que não deu para jogar junto, porque só tínhamos um cartão. De lá voltei de trem pra casa, quase me senti uma trabalhadora após um longo dia de labuta.
Dia 31 queimei meu dedo enquanto fazia creme pro pavê. Tinha esquecido o quanto arde! Afe, ainda bem que agora está bem melhor. E à noite comi rabanada feita pela minha tia e vi fogos, alguns muito bonitos, pareciam estrelas. Dia 1 foram poucos parentes(acho que a cada ano vai menos...) e devorei os corações de umas 50 vadias galinhas.
Para quem estava interessado(?), é isso. Volto antes da cirurgia da minha mãe.