terça-feira, 9 de janeiro de 2007

Diamantes não mentem ou enganam

E continuando as maravilhosas aventuras na cidade cinzenta, na sexta à noite teve o esperado amigo/inimigo secreto dos primos três-ilhas. Não vou contar quem tirou quem em detalhes, já é chato dizer quem me tirou e quem eu tirei, de 8 pessoas então, nem eu leria. Bem, o que importa é que todos riram muito, e que eu ganhei uma camiseta com um gatinho \o/. Eu tirei o primo de idade avançadíssima, o qual todos queriam tirar porque ele é... facilmente caçoável, digamos. Mas nem fui tão má, dei fralda geriátrica, um livro de exercícios para o cérebro e uma cueca de pirata(por sugestão da Luty, deixemos isso bem claro).
Sábado, dia do esperado baile, eu e a Lu fomos comprar presente pro Cunhado e um bokutô(espada de madeira) para ela. Na liberdade descobrimos que não tínhamos mais dinheiro, o que depois comprovou-se falso, já que a Lu achou um envelope com dinheiro, mas que agora é verdade novamente, porque eu não me lembro onde está o envelope. Não dormi à tarde para varar a noite, ao invés disso terminei de ler Jangada de Pedra, do José Saramago. Uma vez li que ele era como Sartre, escritor mais ou menos e com uma ideologia horrível(Sartre foi comunista e Saramago apóia Cuba), mas isso é exagero de intelectuais de direita. Adoro os livros do Sartre, assim como adoro o jeito de escrever do tio Saramago. Ele não usa ponto de exclamação ou interrogação, nem travessões. Os diálogos são construídos com uma frase após a outra separadas por vírgulas, e ele tem uma escrita parentética(acho que é esse o termo), ele escreve uma frase e depois passa o parágrafo inteiro comentando coisas inúteis(?) ao texto sobre a frase. O livro fala de um fenômeno onde a normalidade antiga deu lugar a uma nova: o desligamento físico da península ibérica da europa. Quer dizer, dá mais importância mesmo ao que aos personagens afetados por fenômenos bizarros fazem do que ao futuro de Espanha e Portugal. O livro não é um Evangelho Segundo Jesus Cristo, mas também tem ótimos comentários irônicos sobre a política e sobre a vida.
Arrumando-me para o baile, descubro que a sandália que levei(além de ser branca para um vestido preto ehehe) estava com uma tira solta. E o que se pode fazer nessas horas? Arrancar a tira da outra, claro!!!! Ficou modernosa, e não soltou, porque a tira da frente estava apertada. Durante a festa a tia K ficou com pressão baixa no banheiro e foi levada ao ambulatório. A tia Filha chegou na mesa correndo e disse para chamar a filha dela, que faz medicina mas tinha ido dançar. Minha irmã saiu correndo achando que era um tio, e achou só o primo. Ainda bem que eu achei primeiro e pude dizer que na verdade era a tia. Mas era só a pressão, e depois de um tempo ao ar livre ela voltou. Bailes são todos meio iguais, mas esse pelo menos tinha uma banda maizomeno que não tocou muito axé. Fiquei dançando 'mokonamente'(c0mo diz o Monsieur Rennó) até sermos expulsos do lugar, com direito a fim de música e luzes acendendo.
No domingo conseguimos fazer caber tudo em uma mala, duas sacolas, uma bolsa e uma mochila, inclusive uma coruja fofíssima que compramos na liberdade. E chegamos aqui.

1 comentários:

Anônimo disse...

Também curto Saramago e Sartre! Super bacana esta festa.... fecharam o salão!