segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Quem sabe se é constante

Bom, só não cansei mais de reclamar sobre a minha vida do que da falta de comentários do blog apesar de saber que as pessoas leram, mas mesmo assim preciso postar, assim, de mim para eu mesma.
Vim para a cidade sanduíche para acompanhar a cirurgia de remoção de cisto do pé da minha mãe, com algumas roupas e um livro. Ela já tinha feito uma cirurgia parecida, só que na mão: tinha sido rápida e ela foi pra casa no mesmo dia, ainda sob efeito da anestesia. Então fomos eu e papis para o hospital, para uma cirurgia que ia começar às 7h. Deitamos em duas espreguiçadeiras e nem vimos o tempo passar. Minha irmã ficou ligando para perguntar da cirurgia, e a gente lá, morrendo de sono, sem se tocar. Lá pelo meiodia fui me informar e uma enfermeira disse que ainda estava em cirurgia. Às 14h passei por lá de novo e dessa vez disseram que ela estava acordando da anestesia. Minha mãe chegou no quarto lá pelas 15h, e passou o dia vomitando o que comia, devido a medicação. Na manhã seguinte o médico fez uma visita e disse que na verdade a cirurgia não foi só remoção do cisto, que ocupou metade de um osso e que ocasionou um enxerto de um osso perto do joelho. A culpa toda é de uma tendinite que ela tem há anos e nunca cuidou, logo, ferrou esse tendão e mais outros dois do pé, e a cirugia acabou mexendo em nervo e artéria também. Ela saiu do hospital em alguns dias, porque continuou vomitando até cortarem quase todos os remédios. Pausa no relato dramático para comentar sobre o que fiz enquanto ficava com minha mãe no hospital vendo a dormir e vomitar. Comer comida de hospital é fácil para quem tem anos de bandejão, e dormir em espreguiçadeira também, para quem dorme até em ford ka. Enquanto minha mãe dormia, terminei de ler As You Like It, comédia de Shakespeare, que deve ser famosa mais provavelmente por causa do discurso 'all the world's a stage'(que na verdade era o lema da companhia de teatro dele, e como todos sabemos é uma expressão famosa desde os tempos de Luciano). Aliás, o personagem melancólico é o melhor, o enredo da moça cujo rei perde o reino e se veste de homem e encontra quem a ama é meio blah. Também terminei de ler A Montanha Mágica, de Thomas Mann, sobre um rapaz que vai visitar seu primo doente em uma estância nas montanhas e acaba ficando por lá, aprendendo sobre psicanálise da doença, biologia e muita discussão filosófica humanista/medievalista. Achei o fim bem triste, e mais triste ainda é ler no hospital confortavelmente deitada em uma espreguiçadeira. Rolou toda uma identificação com o Hans Castorp, além do fato de estar fazendo companhia a alguém no hospital, também sinto que minha falta de decisão na vida é disputada por Settembrini(Herr Rennó e Mlle Torlay) e Nafta(tio Dos Santos).
Voltando ao relato dramático, fomos alugar cadeira de rodas. Já em casa, esse domicílio gigante e imensamente confortável, a cadeira mal passa pelas portas, e em alguns cômodos nem entra. Já tiramos várias lascas das paredes e toda hora minha mãe faz cara de preocupação porque acha que estamos estragando a cadeira alugada. Também somos muito bons em serviços domésticos: sempre tem louça na pia, ninguém está passando roupas e o arroz fica sem tempero. Um dia, de troco, provavelmente, minha mãe viu uma mosca no peru e disse que se quiséssemos continuar comendo tudo bem, mas ela não queria mais. No dia seguinte, larvas infestavam a carne no prato do meu pai(ECA). Agora minha mãe está aceitando alguma faxineira/cuidadora ou qualquer coisa assim, mas já chamamos três e todas estão nos enrolando? Como diria minha mãe, na minha época as pessoas gostavam de trabalhar. Bem, é isso, minha vida não tem sido muito além de ver se mamãe precisa de alguma coisa + ficar brava porque ela quer fazer as coisas sozinha + coisas de casa + internet no tempo livre ao invés de estudar.
Bem, comprei(er, meu pai me comprou) um celular novo estilo pobre querendo ser rico, que tira foto e toca música, já que meu velhinho voltará para a verdadeira dona(a chelvis) e um par de tênis com detalhes em lilás. E é só. Volto com mais histórias cheias de suspiros, angústia e dores quando alguém comentar OUVIRAM?

3 comentários:

Nefelibata disse...

Antes de mais nada... Como é que posso ser o Nafta? Fora isso, agora que já comecei a falar e devo fingir não ser totalmente egocêntrico... O Hans ali parece uma pessoa totalmente manipulável, não deveria se identificar com ele. Tem que parar com o a preguiça e estudar e lavar a louça (larvas estão abaixo do limite da maioria dos solteiros vagabundos). E celular de pobre querendo ser rico precisam de nomes como HiPhone, o seu é bem comum.

Josei disse...

Comentei. Pronto. Já pode postar de novo.
Desejo melhoras para sua mãe.

Anônimo disse...

so para informar q te mandei email!! não consigo escrever coisas para o mundo!!